O caso envolvendo a
influenciadora digital Cíntia Chagas e o deputado estadual Lucas Bove ganhou
novos desdobramentos com o depoimento da cantora Roberta Miranda. A artista,
conhecida por sua longa carreira na música sertaneja, testemunhou a favor de
Cíntia, relatando um episódio em que presenciou um comportamento controlador de
Bove antes mesmo do casamento entre ele e a influenciadora. Esse depoimento
trouxe à tona mais detalhes sobre o relacionamento conturbado e as acusações de
violência doméstica que pesam sobre o deputado.
A denúncia de violência e o
envolvimento de Roberta Miranda
Segundo o relato de Roberta
Miranda, durante seu aniversário, Cíntia recebeu uma ligação de Lucas Bove, que
se mostrou visivelmente irritado e controlador. O deputado questionava de forma
agressiva o que ela vestia no evento, deixando Cíntia nervosa e constrangida
após a ligação. Esse episódio, ocorrido antes do casamento, foi um sinal de
alerta para a cantora, que chegou a comentar com a influenciadora sobre o
comportamento excessivamente controlador do então namorado.
Esse testemunho veio à tona
após Cíntia Chagas ter registrado diversas queixas contra o ex-marido, alegando
violência física e psicológica durante o curto período de casamento. Entre os
relatos mais graves, consta um incidente em que Bove teria arremessado uma faca
contra a perna de Cíntia em meio a uma discussão durante um evento social. Além
disso, a influenciadora detalhou agressões e ameaças constantes ao longo da
relação, que levaram ao pedido de medida protetiva e à solicitação de divórcio.
A linha do tempo das acusações
e eventos
O caso começou a ganhar
destaque no cenário público quando, em setembro de 2024, Cíntia Chagas
registrou um boletim de ocorrência por violência doméstica contra o deputado
Lucas Bove. A partir desse momento, diversas revelações sobre o relacionamento
turbulento começaram a ser divulgadas. O relacionamento do casal, que durou
apenas três meses, teria sido marcado por episódios de agressão física, ameaças
e comportamentos abusivos.
A seguir, uma cronologia dos
principais eventos relacionados ao caso:
- 31 de agosto de 2022: Cíntia
pede a Lucas que pare de apertá-la, mostrando hematomas em suas pernas. O
deputado, em resposta, afirma estar “viciado” em tal comportamento.
- Março de 2023: Novas
agressões são registradas por Cíntia, que volta a pedir para o marido
cessar as atitudes violentas. Ele pede desculpas e promete mudar.
- Agosto de 2024: Após
mais um episódio de abuso, incluindo uma tentativa de arremesso de faca,
Cíntia decide deixar o relacionamento e registra a queixa de violência.
- Setembro de 2024: Cíntia
obtém medida protetiva, impedindo Bove de se aproximar ou manter contato
com ela.
A medida protetiva foi
concedida com base nas acusações de violência doméstica, violência psicológica
e ameaças. Lucas Bove, por decisão judicial, foi impedido de se aproximar de
Cíntia e de fazer qualquer menção a ela nas redes sociais. No entanto, de acordo
com os advogados de Cíntia, o deputado teria descumprido essa decisão em
diversas ocasiões, o que levou ao pedido de prisão preventiva por parte da
influenciadora.
O posicionamento de Lucas Bove
Lucas Bove nega as acusações
feitas por Cíntia Chagas. Em um pronunciamento público, o deputado afirmou que
jamais teria agredido fisicamente a ex-esposa e que estaria sendo impedido de
se defender adequadamente devido à medida protetiva imposta pela Justiça. Ele
alegou que não poderia comentar o caso publicamente por conta das restrições
judiciais, mas se declarou inocente das acusações de violência física.
Bove também afirmou que as
conversas entre ele e Cíntia, divulgadas pela imprensa, foram manipuladas para
incriminá-lo. Em um vídeo publicado em suas redes sociais, ele enfatizou que
nunca teria tido a intenção de causar dano físico à ex-companheira e que sua
versão dos fatos ainda não havia sido completamente ouvida devido ao segredo de
Justiça imposto ao caso.
Reações públicas e impacto do
caso
O caso envolvendo Cíntia
Chagas e Lucas Bove gerou grande repercussão nas redes sociais e na mídia.
Diversas personalidades, incluindo a advogada Gabriela Manssur, especializada
em direitos das mulheres, manifestaram apoio à influenciadora, classificando
sua atitude de denunciar a violência sofrida como um ato de coragem. A advogada
destacou que o segredo de Justiça é fundamental para proteger a privacidade de
mulheres em situações de vulnerabilidade, mas também reconheceu que, devido à
notoriedade do caso, as informações acabaram sendo vazadas para o público.
A Assembleia Legislativa de
São Paulo (Alesp) também foi envolvida no caso, com pedidos de cassação do
mandato de Lucas Bove sendo apresentados por diversos parlamentares. O deputado
enfrenta uma investigação interna na Casa, que poderá resultar em sua destituição,
dependendo do andamento do inquérito policial e das decisões judiciais.
O apoio a Cíntia Chagas e a
luta contra a violência doméstica
O depoimento de Roberta
Miranda, uma figura pública respeitada, trouxe ainda mais visibilidade ao caso
e reforçou a necessidade de discussões sobre violência doméstica e o impacto
psicológico e emocional que relações abusivas podem causar. Cíntia Chagas, que
antes era conhecida por seu trabalho como influenciadora digital e educadora,
tornou-se um símbolo de resistência e luta pelos direitos das mulheres após a
divulgação de seu caso.
Essa visibilidade também
reacendeu debates sobre a aplicação da Lei Maria da Penha, que garante proteção
às vítimas de violência doméstica no Brasil. Casos como o de Cíntia Chagas
mostram que, embora a legislação ofereça amparo às vítimas, o cumprimento rigoroso
de medidas protetivas e a celeridade nos processos judiciais são fundamentais
para garantir a segurança dessas mulheres.
Expectativas e próximos passos
Com o andamento das
investigações, a expectativa é que novas revelações surjam e que o caso de
Cíntia Chagas siga sendo acompanhado de perto pela mídia e pela opinião
pública. A defesa de Lucas Bove continua tentando reverter a decisão de medidas
protetivas e nega veementemente as acusações, enquanto a equipe jurídica de
Cíntia pressiona por uma ação mais enérgica do Ministério Público para garantir
a punição do deputado, caso ele seja considerado culpado.
Esse caso serve de alerta para
muitas outras mulheres que enfrentam situações semelhantes e reforça a
importância de denunciar e procurar ajuda, seja através de medidas legais ou do
apoio de familiares e amigos.
O depoimento de Roberta
Miranda deu ainda mais força às acusações contra Lucas Bove, ao passo que
Cíntia Chagas segue lutando para que justiça seja feita. A situação coloca em
evidência a importância de discutir questões de violência doméstica e o papel da
sociedade em garantir que as vítimas sejam ouvidas e protegidas.