O relógio marcava cerca de 16h desta sexta-feira (18), quando moradores que residem próximo ao Colégio Municipal Dom Pedro I , no povoado de Serra dos Correias, no município de Heliópolis, ouviram barulhos semelhantes a disparos de arma de fogo . No entanto, por ter a tranquilidade como uma das principais características da localidade, a população demorou a entender que, de facto, o som se tratava de tiros.
Mas, em questão de poucos minutos dos primeiros disparos, a notícia sobre uma tragédia envolvendo estudantes da instituição de ensino, começou a se espalhar na região. Aflitos, moradores passaram a se concentrar na frente do colégio em busca de notícias de familiares que estavam na parte interna, até que veio a confirmação de que quatro alunos do 9º ano estavam mortos dentro da sala de aula.
A tragédia teve início quando um jovem, identificado como Samuel Santana Andrade, de 14 anos, atirou contra três colegas de turma que, segundo relatos de testemunhas, eram amigos extraclasse. Depois de tirar a vida de Fernanda Souza Gama, Adriele Vitória Silva Ferreira e Jonathan Gama Santos, o próprio jovem autor dos disparos também atirou contra si.
Presente na cidade desde as primeiras horas deste sábado (19), a equipe do BNews percorreu o povoado, esteve na parte externa do local do crime, conversou com autoridades policiais e políticas, além de moradores. Todas as fontes entrevistadas pela reportagem associada ao mesmo questionamento: o que levou Samuel a cometer essa tragédia?
Segundo moradores, entender o ocorrido se torna ainda mais complicado por saber que o jovem sempre foi um adolescente sossegado, tranquilo e respeitoso. Por sinal, não houve nenhum desentendimento recente com as vítimas. “O pai dele é criador de gados, e ele ajudou o pai a tirar leite da vaca para vender porque aqui é muito comum os jovens trabalharem cedo ajudando a família com atividades do campo. Ele passou para ir pra escola e dava a benção a algumas pessoas mais velhas. Na verdade não tem como entender”, disse morador que preferiu não se identificar.
Na manhã deste sábado (19) foi agitada no povoado, isso porque, equipes do Ministério Público, Polícia Civil e Conselho Tutelar se reuniram no local do crime. E, ansiosos por novos desdobramentos, alguns moradores se concentraram, outra vez, nos locais do colégio. Todas as autoridades envolvidas nas investigações alegam que as investigações são prematuras e que, nesse momento, há duas prioridades no pós-crime: descobrir como a arma - um revólver calibre 38 foi parar nas mãos do jovem- e apoiar as famílias das vítimas , assim como, os estudantes que presenciaram a ocorrência.
Neste momento, os moradores e parentes se dividiram nas residências de Fernanda, Jonathan e Adriele para se despedirem dos jovens. A mãe de Fernanda, Elisangela Sousa , também conversou com o BNews. Ela, que é professora, estava em casa quando tudo aconteceu. O sepultamento da filha ocorreu às 16h deste sábado. “Era a minha única filha. Eles eram amigos e faziam parte do mesmo grupo de crisma.
Como você entende? As redes sociais e jogos esses digitais estão acabando com os nossos jovens. Pais, por favor, se atentem ao que seus filhos estão vendendo na internet”, disse Elisângela.
Silvânia Nascimento / BNews