O contraventor
Rogério de Andrade foi preso, na manhã desta terça-feira (29),
pela morte de Fernando de Miranda Iggnácio, em 2020. A operação Último
Ato, do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do
Ministério Público do Rio (Gaeco/MPRJ), aponta o bicheiro como mandante do
homicídio do rival. A vítima e o denunciado são, respectivamente, genro e
sobrinho de Castor de Andrade, um dos maiores chefes do jogo do bicho no Rio,
que morreu em 1997.
O bicheiro foi
preso em casa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, no início da manhã, e levado
para a Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD), na Cidade da Polícia,
no Jacaré, Zona Norte. Ele deixou o local pouco antes das 8h30, após prestar depoimento,
seguiu para exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) Afrânio
Peixoto, no Centro, e depois foi levado para a Cadeia Pública José Frederico
Marques, em Benfica. O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) determinou que ele
seja encaminhado para um presídio federal, para não atrapalhar as
investigações. Até a transferência, ele ficará na penitenciária Laércio da
Costa Pellegrino, Bangu 1, unidade prisional de segurança máxima.
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Além dele, a ação
também prendeu o policial militar reformado Gilmar Eneas Lisboa, em Duque de
Caxias, na Baixada Fluminense, responsável por monitorar a vítima até o
momento do crime. O denunciado chegou à Cidade da Polícia para prestar depoimento
por volta das 9h15, e também foi levado para o IML e, em seguida, para o
presídio de Benfica. Segundo o Gaeco, a morte de Fernando Iggnácio foi
motivado pela disputa pelo controle de pontos do jogo do bicho.
Rogério e Gilmar Eneas
foram denunciados à Justiça por homicídio qualificado e os mandados de prisão
foram expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Criminal do Tribunal do Júri. A ação
teve apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ). O
crime aconteceu em 10 de novembro de 2020, no estacionamento de um heliporto,
no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste, quando Fernando
Iggnácio desembarcava, e acabou atingido por três tiros, um deles na
cabeça.
Em março de 2021, o
MPRJ já havia denunciado o contraventor pelo mesmo crime, que acabou solto, em
fevereiro de 2022, após a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF)
decidir, por maioria de votos, trancar a ação penal, alegando falta de provas
do envolvimento do bicheiro no crime como mandante. Por meio de novo
Procedimento Investigatório Criminal (PIC), o Gaeco identificou sucessivas
execuções protagonizadas pela disputa entre Andrade e Iggnácio, além
da participação do PM no homicídio.
No último dia 9, o
contraventor foi alvo de uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público,
contra envolvidos no assassinato
de Fábio Romualdo Mendes, em setembro de 2021. O crime também teria
sido motivado por disputa em uma organização ligada ao jogo do bicho, da qual a
vítima fazia parte. Na ação, o presidente da Mocidade Independente de Padre
Miguel - da qual Rogério de Andrade é patrono -, Flávio da Silva Santos,
conhecido como Flávio da Mocidade, foi preso em flagrante.
Procurada, a Polícia Militar informou apenas que a Corregedoria Geral da corporação acompanhou a ação do Ministério Público, na qual um policial militar foi preso por envolvimento em um homicídio. A reportagem de O DIA tenta contato com a defesa de Rogério de Andrade. O espaço está aberto para manifestação.