A esposa de Robinho,
Vivian Guglielmetti, falou nesta segunda-feira pela primeira vez sobre a prisão
de seu marido, condenado a nove anos por estupro coletivo contra uma jovem
albanesa na Itália em janeiro de 2013, quando atuava pelo Milan. Apesar da
traição, ela defende a inocência dele.
“Eu poderia estar em qualquer lugar hoje com os meus três filhos, sem querer
saber desta história. Não, eu estou aqui. Eu vou lutar pela minha família, pelo
meu casamento, pelos meus filhos. As minhas questões pessoais de marido e
mulher, resolvi lá atrás. O erro foi a traição. Eu fui traída e hoje
ridicularizada mundialmente. Mas escolhi lutar pela verdade”, disse Vivian em
entrevista ao Metrópoles.
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Robinho está preso desde março deste ano, quando sua condenação por estupro foi
homologada pelo Superior Tribunal de Justiça. No momento, ocorre o julgamento
de Habeas Corpus apresentado pela defesa do ex-atacante. Até então, o placar
está 5 a 1 pela manutenção da prisão.
“O Robinho foi condenado por áudios entre amigos, imorais, horrorosos. Só que
isso não é um crime. A traição que houve comigo não é um crime. Está muito
distante de ser um crime. Entre um ato imoral e um crime tem uma distância
muito grande. Ele está há oito meses pagando por algo que não aconteceu”,
relata Vivian.
Os áudios foram obtidos através de escutas colocadas por policiais no carro de
Robinho. Nele, o ex-jogador e os amigos revelam detalhes sobre o caso. O
material foi bastante importante para o julgamento que o condenou.
“São horríveis aqueles áudios, são vergonhosos, são imorais. É triste. Me dava
raiva porque eu sei quem é o Robinho, de levar as coisas sempre na brincadeira.
Na minha percepção, ele tinha tanta tranquilidade de que ele não tinha feito
nada, que ele brinca: ‘Ah, que se dane’”, afirma Vivian.
A esposa de Robinho revelou qual era sua expectativa quando soube que o
processo viria ao Brasil.
“Quando falaram de vir o processo para o Brasil, a gente teve um acalento.
Caramba, é o nosso país, é o nosso povo. A Justiça brasileira vai ver isso
daqui, vai analisar e ver o quanto a gente foi injustiçado na Itália. Não
aconteceu. Não quiseram analisar o processo, não quiseram saber.”
Por fim, Vivian falou sobre como está sendo a nova realidade, com Robinho preso
na Penitenciária II de Tremembé.
“Vou lá todas as semanas. Levo a comidinha dele, os produtos de higiene, os
produtos de limpeza. Graças a Deus, ele tem uma cabeça muito boa. Eu, às vezes,
vou para tentar acalmá-lo, e é ele quem me acalma”, afirma a esposa do
ex-jogador.
“Eu converso muito com nossos filhos. O Robinho também. Eles vão em algumas
visitas. Quando vamos todos, aí vira aquela bagunça. Ele entra naquele papel de
pai total, eles brincam muito, conversam. Eu abri todo o processo para os meus
filhos. Aconteceu isso, isso, isso. E eu falo para eles: vai ter um dia em que
a gente vai ver a Justiça de fato.”
Relembre o caso Robinho
O crime aconteceu em 2013, em uma boate em Milão, na Itália, e foi confirmado
pelos policiais que colocaram escutas no carro do ex-jogador, que estava no
Milan. Em 2017, Robinho foi condenado em terceira e última instância a nove
anos de prisão pela justiça italiana por estupro coletivo contra uma jovem
albanesa.
Segundo a sentença, Robinho e mais cinco amigos (Fabio Cassis Galan, Clayton
Florêncio dos Santos, Alexsandro da Silva, Rudney Gomes e Ricardo Falco)
estupraram uma mulher albanesa, sendo que ele e Ricardo acabaram condenados. Os
outros quatro homens deixaram a Itália durante as investigações e não foram
processados.
Após a defesa recorrer, a decisão foi confirmada pela suprema corte da Itália
em janeiro de 2022. Em fevereiro, foi expedido um mandado de prisão
internacional. Porém, como os países não têm acordo de extradição, ele não
voltou à Itália para cumprir a pena.