Em
mais um ano de crise financeira, o Corinthians registrou déficit de R$ 60,227
milhões no primeiro semestre de 2025, conforme mostra balancete divulgado pelo
clube nesta quinta-feira, 11. O valor é muito diferente do previsto pela gestão
do hoje destituído Augusto Melo, que estimou um superávit de R$ 2,349 milhões
para o período.
A
dívida alvinegra, que era de R$ 2,5 bilhões ao final de 2024, subiu para R$ 2,6
bilhões, dos quais R$ 675,2 milhões são referentes ao que se deve à Caixa
Econômica Federal pela Neo Química Arena.
Foram
registradas variações em relação ao orçamento traçado para a metade deste ano.
Em receitas liquidas, esperava-se R$ 381,284 milhões, mas o alcançado foi de R$
380,031 milhões. As despesas, orçadas em R$ 329,315 milhões, foram fechadas em
R$ 424,872 milhões nos seis primeiros meses do ano.
No
item despesas, está incluso o gasto com pessoal, grupo ao qual pertencem o
jogadores e demais funcionários. Previsto em R$ 219,195 milhões no orçamento, o
valor para arcar com esses vencimentos foi de R$ 298,615 milhões.
Em
alguns pontos, o orçamento foi cumprido e até superado. É o caso do saldo
líquido da negociação de atletas, fechado em R$ 73,659 milhões ao fim de junho,
para o quando o estimado era de R$ 66,427 milhões.
Até
nesse aspecto, contudo, o clube sofreu forte baque, já que fatias de jogadores
foram vendidas sem comunicação e impediram o recebimento de receitas que seriam
importantes. Um desses casos foi o do atacante Pedro, negociado em 2023 com o
Zenit pelo diretoria corintiana, que manteve 30% dos direitos econômicos do
atleta.
Em
agosto deste ano, quando Pedro foi vendido por R$ 66,6 milhões ao Al-Ittihad,
da Arábia Saudita, houve grande expectativa sobre a fatia que seria abocanhada.
Veio à tona, contudo, que Augusto Melo vendeu os 30% ao clube russo por causa
de uma dívida com a Elenko Sports, empresa que administra a carreira do
atacante.
Endividado,
o Corinthians sofre as consequências da crise financeira no âmbito esportivo. O
maior reflexo disso é o transfer ban imposto pela Fifa em razão da dívida de R$
33 milhões com o Santos Laguna pela compra do zagueiro Félix Torres.
Com
os juros, o valor já está na casa dos R$ 40 milhões. Negociações são travadas
com o clube mexicano, que recusou propostas como o pagamento de 75% à vista e o
restante parcelado.
O
presidente Osmar Stábile trabalha em diversas frentes para tentar amenizar os
problemas de fluxo de caixa do clube. Um de seus principais objetivos é
negociar os naming rights da Neo Química Arena por um valor três vezes maior
que o atual acordo com a Hypera Pharma. O contrato, assinado em 2020, firmou o
aporte em aproximadamente R$ 300 milhões até 2040, data do fim do vínculo.
No
dia 1º de setembro, quando a parceria completou cinco anos, a multa para
rescisão caiu para R$ 50 milhões, conforme previsto no contrato. No momento, o
clube conversa com quatro empresas interessadas, entre elas a própria Hypera
Pharma e uma casa de apostas.
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