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MPF pede cancelamento da concessão da Jovem Pan por ‘desinformar seus ouvintes’

O Ministério Público Federal (MPF) pediu, nesta segunda-feira (15/9), o cancelamento das três outorgas da rádio Jovem Pan. A solicitação feita à Justiça faz parte das alegações finais na ação civil pública ajuizada em 2023 contra a rádio. 

No entendimento do MPF, a emissora cometeu “abusos graves”, ao longo de 2022, ao sistematicamente desinformar seus ouvintes e veicular conteúdos que colocaram em risco o regime democrático brasileiro”.

Além do pedido de cancelamento das outorgas, que são as autorizações concedidas para as emissoras de rádio e TV funcionarem, o MPF também pediu à Justiça que a emissora pague R$ 13,4 milhões como indenização por danos morais coletivos. 

O MPF afirmou que os fundamentos para a condenação da Jovem Pan ganharam força após a descoberta dos planos contra o Estado Democrático de Direito, que se desenrolaram de 2021 a 2023. “As investigações reuniram um farto volume de provas da conspiração e culminaram na apresentação de denúncias detalhadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra integrantes de diferentes núcleos envolvidos nos planos. Na última quinta-feira (11), o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou oito réus que constituíam o grupo coordenador das ações criminosas”. 

O Ministério Público também afirmou que a rádio foi “a principal caixa de ressonância, na esfera pública brasileira, para discursos que pavimentavam as ações golpistas que vieram a ser desveladas, dando-lhes uma aparência indevida de suposta legitimidade”.

O MPF ainda pontuou que a Constituição e as leis sobre o serviço público de transmissão e rádio e TV proíbem “as condutas adotadas” pela emissora. “Incentivar a desobediência, veicular notícias falsas com perigo para a ordem pública, econômica e social e insuflar a rebeldia ou a indisciplina nas Forças Armadas, por exemplo, são atos que o Código Brasileiro de Telecomunicações (Lei 4.117/1962) classifica como abusos no exercício da liberdade de radiodifusão”. 

O outro lado

Em nota publicada em seu site, a Jovem Pan compartilhou o posicionamento oficial dos advogados da emissora: 

“Em resposta à nota publicada pelo Ministério Público Federal em seu site nesta segunda-feira (15), a Jovem Pan informa que não comenta ações em curso, que mantém sua plena confiança no Poder Judiciário, e que a íntegra das suas alegações finais pode ser consultada no site da Justiça Federal, mediante busca ao processo nº 5019210-57.2023.4.03.6100.

No entanto, tendo em vista a reprovável conduta adotada pelo MPF, ao divulgar informações equivocadas em seu site, a emissora se vê obrigada a prestar os necessários esclarecimentos à sociedade:

1) A Jovem Pan não é ré em nenhuma das ações penais recentemente julgadas pelo Supremo Tribunal Federal, tampouco figurou como investigada em quaisquer dos inquéritos que lhes deram origem;

2) A corroborar a conduta indevida por parte do MPF, importante notar que não há, nesta ação, qualquer imputação de índole criminal, de modo que vincular a apuração destes autos às condenações criminais proferidas pelo STF, para além da ausência de técnica, é uma indevida tentativa de influenciar o juízo e os leitores com uma narrativa completamente dissociada dos elementos dos autos.

Por fim, e mantendo a coerência com o posicionamento adotado ao longo de seus mais de 80 anos de história, a Jovem Pan reitera seu compromisso com a democracia, com os Poderes e Instituições que sustentam a nossa República e com a nossa Constituição cidadã, que tem como um de seus pilares a liberdade de expressão”.

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