FEIRA DE UBERLÂNDIA

Primeira-dama de João Pessoa vira ré por suposto acordo eleitoral com facção criminosa

A primeira-dama de João Pessoa (PB), Lauremília Lucena, virou ré na Justiça Eleitoral sob suspeita de integrar uma organização que, aliada à facção local Nova Okaida, atuava para intimidar eleitores e perseguir opositores do prefeito Cícero Lucena (PP), candidato à reeleição em 2024. Outras oito pessoas também foram alvos da denúncia do Ministério Público paraibano.

Eme outubro de 2024, a esposa do político chegou a ser presa no bojo da Operação Território Livre, a mirar práticas de aliciamento violento de eleitores. Um vereadora do PSB Raíssa Lacerda também foi alvo da ação à época.

De acordo com a Polícia Federal, diálogos interceptados pela apuração trouxeram citações à primeira-dama em diálogos de investigados por coação eleitoral, com indícios de que Lauremília teria bancado a indicação de integrantes da facção para cargos na prefeitura em troca de apoio nas eleições daquele ano.

Na denúncia do MP eleitoral, a primeira-dama é classificada como alguém que exerce função de controle na organização criminosa, coordenando nomeações para cargos públicos e atuando como interlocutora entre a gestão municipal e a Nova Okaida. O relatório aponta que ela tinha poder de decisão e anuência sobre acordos de troca de favores, garantindo nomeações em troca de apoio eleitoral para o marido, além da ciência do controle territorial violento e dos métodos da facção.

Eme depoimento, a vereadora confirmou aos investigadores que Lauremília tinha conhecimento da disputa política e do impedimento de candidatos em determinados bairros. A vereadora, por sua vez, é apontada como beneficiária e coordenadora do esquema, utilizando o cargo na Câmara municipal para negociar com a facção o controle dos bairros São José e Alto do Mateus.

A denúncia do MP enquadrou os nove réus nos seguintes crimes: 

  • corrupção eleitoral;
  • aliciamento violento de eleitores;
  • constrangimentos ilegais a candidatos/partidos;
  • apropriação indevida de valores públicos pagos a título de remunerações nas eleições municipais de 2024.

"A apuração investigatória verificou que a liberdade para o exercício do voto, da campanha eleitoral e a manifestação de candidatos ao pleito eleitoral se tornaram balizados por comandos ilícitos dos denunciados, os quais exerciam, por intermédio da intimidação violenta, dominação pelo medo e pela força, o controle territorial de localidades/bairros do Município de João Pessoa para candidatos alinhados com os seus próprios interesses e da referida facção criminosa", sustentou a promotoria. 

Em nota, a defesa da primeira-dama destacou que ela segue colaborando com as autoridades e provará sua inocência. "Ela sempre pautou sua vida pela integridade, correção e compromisso com os mais necessitados, nunca tendo se envolvido em qualquer prática ilícita. Sua trajetória é amplamente reconhecida pela dedicação às causas sociais, religiosas e por seu caráter irrepreensível", afirma o comunicado.

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