Preso desde março de 2024 pelo crime de
estupro coletivo cometido na Itália em 2013, o ex-jogador Robinho enfrenta dias
de instabilidade no presídio de Tremembé, no interior de São Paulo. A rotina do
ex-atacante da Seleção Brasileira foi detalhada pelo jornalista Ulisses
Campbell, no livro Tremembé: O presídio dos famosos, revelando um
cotidiano diferente tanto do que viveu em liberdade quanto do que enfrentam
outros detentos.
Segundo Campbell, carcereiros relatam
que Robinho apresenta sinais de dificuldade de adaptação.
“Eu diria que ele não está adaptado. Os
últimos relatos que eu tive é que ele está andando pelo pátio, falando
sozinho”, contou o autor, em entrevistas recentes aos podcasts Flow e
Ticaraticacast.
Mesmo encarcerado, Robinho não abandonou
o futebol. Ele tem conduzido treinos com carcereiros e outros presos, além de
oferecer orientações jurídicas a detentos que não têm advogado para acompanhar
a execução penal.
“Ele divide cela com um preso. Ele é um
‘astro’. Qualquer preso que chegue com essa alcunha dele, ele já jogou na
seleção… A própria comunidade vai cuidar dele”, relatou Campbell.
Status e hierarquia
Apesar de viver um dos momentos mais
difíceis de sua vida, Robinho mantém prestígio entre os custodiados. O
jornalista explica que a hierarquia dentro do presídio coloca presos ricos e
famosos em posição de destaque, o que garante proteção.
“Os famosos têm a questão social. Os
presos que têm muita grana como Robinho acabam sendo protegidos e bajulados por
quem está na base da pirâmide. A maior parte da comunidade carcerária é gente
pobre”, afirmou o autor.
A presença do ex-jogador atrai até mesmo
familiares de outros detentos. “Um preso me disse que o filho não o visitava há
um ano e veio para ver o Robinho”, acrescentou Campbell.
Nega o crime
Ulisses Campbell destaca ainda que
Robinho não reconhece a culpa pela condenação.
“Ele não está adaptado na cadeia. Acho difícil ele se adaptar. Se adaptar é aceitar a condição. No caso do Robinho, ele não internalizou que cometeu crime. Ele se diz inocente até agora. Ele acha que é uma condenação injusta”, declarou.
Postar um comentário