O casal de pastores que está sendo
julgado nesta quinta-feira (2), em Aracaju, por envolvimento em um assassinato,
já havia sido condenado anteriormente na esfera trabalhista por exploração de
adolescentes e jovens na capital sergipana.
De acordo com inquérito instaurado pelo
Ministério Público do Trabalho em Sergipe (MPT-SE), a missionária e o pastor
fundaram uma igreja em Aracaju e, por meio dela, recrutavam adolescentes e
jovens para trabalhar em condições análogas à escravidão. As vítimas eram
obrigadas a catar latinhas, vender alimentos nas ruas e realizar serviços
domésticos, tudo sob o pretexto de voluntariado religioso.
O trabalho era realizado de forma
exaustiva, sem remuneração ou com pagamento simbólico. Além disso, os jovens
sofriam torturas físicas e psicológicas constantes.
Com base nas denúncias, o MPT-SE ajuizou
uma Ação Civil Pública, que resultou em sentença favorável na 6ª Vara do
Trabalho de Aracaju. O casal foi condenado ao pagamento de R$ 1 milhão por dano
moral coletivo, além de indenizações individuais a duas vítimas.
Julgamento por homicídio
O casal também foi condenado na esfera
criminal, nesta quinta-feira (2), pelo envolvimento na morte de uma jovem por
espancamento. O filho dos líderes religiosos e a irmã da vítima também foram
sentenciados.
Dos quatro acusados, somente a pastora
permanecia presa até o julgamento. Com a sentença, a missionária foi condenada
a 34 anos e 10 meses de prisão. O marido dela e o filho receberam pena de 1 ano
e 10 meses cada. Já a irmã da vítima, foi condenada a 1 ano e 7 meses.
O crime aconteceu em julho de 2020 no
Bairro Marivan, na capital. Investigações apontaram que, após o homicídio, o
corpo da vítima foi transportado no automóvel do religioso, para o interior de
Alagoas, onde foi queimado e enterrado em um canavial.
Na ocasião, os suspeitos fugiram para o
município de Riachuelo, no Leste sergipano e, em seguida, foram para São Paulo,
onde foram presos, em 2022. Escavações foram realizadas para tentar localizar
corpo de mulher, mas ele nunca foi encontrado.
Fonte: G1 Sergipe



