Movimentações semanais milionárias,
incompatíveis com os salários, foram o que acenderam o alerta para a
investigação que apura o envolvimento de cinco policiais militares de Goiás em
um esquema de corrupção passiva, facilitação de contrabando, lavagem de
dinheiro, agiotagem e extorsão. A ostentação também era marca dos investigados,
que, segundo o comandante geral da corporação, coronel Marcelo Granja, montavam
camarotes particulares, com os nomes deles, em festas agropecuárias no
interior.
Deflagrada pela Polícia Federal nesta
terça-feira (04/10), a Operação Scutum cumpriu, com apoio da Corregedoria da
PM, 16 mandados de busca e apreensão em Goiás, e um em Londrina, no Paraná. SO
cinco policiais investigados, que não tiveram as patentes, nem identidades
reveladas, eram lotados na Companhia de Policiamento Especializado (CPE) de
Jataí, mas trabalhavam em Mineiros.
Todos eles, segundo o comandante geral,
já estavam sem o porte de arma, e afastados do serviço haviam algumas semanas.
"Foi a própria PM quem, após receber várias denúncias, e constatar que a
movimentação financeira dos acusados era incompatível com o que recebiam,
informou o caso à PF, e imediatamente afastou todos eles", afirmou Marcelo
Granja.
Pelo que já foi apurado, os policiais,
ou cobravam propina para liberar a entrada de cargas ilegais em nosso estado,
ou apreendiam os produtos, de maneira ilegal, para depois os revenderem.
Comerciantes e moradores de Jataí e Mineiros suspeitos de fazer parte do
esquema também estão sendo investigados. Os endereços de alguns deles também
foram alvos dos mandados de busca e apreensão cumpridos na manhã de hoje.
A PF já tem provas de que o grupo tinha um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro, e também atuava com a agiotagem. Apesar de falar em movimentações milionárias, ainda não há informações sobre valores obtidos, nem há quanto tempo o grupo criminoso formado na maioria por policiais militares estaria agindo naquela região.


