O ministro do Turismo, Celso Sabino,
decidiu deixar o governo após reunião
com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta sexta-feira
(26/9), no Palácio da Alvorada. Sabino disse que entregou a carta de demissão
ao presidente mais cedo.
A decisão foi tomada após seu partido, o
União Brasil, ter ordenado na última quinta-feira (18/9) que todos os filiados
que ocupassem cargos no governo Lula deixassem seus postos em até 24 horas,
antecipando o prazo inicial, que seria até
o fim de setembro.
A nova determinação do União Brasil
acontece após o presidente do partido, Antônio Rueda, ter
sido citado na investigação da Polícia Federal (PF) sobre a atuaçãodo PCC em operações bilionárias no mercado financeiro e no setor
de combustíveis. Ele é suspeito de ser o proprietário oculto de aviões
particulares usados por membros da facção criminosa, segundo depoimento do
piloto de um dos jatos.
Na nota divulgada na quinta-feira, o
partido manifestou solidariedade ao seu presidente e disse que “causa profunda
estranheza que essas inverdades venham a público justamente poucos dias após a
determinação oficial de afastamento de filiados do União Brasil de cargos
ocupados no Governo Federal”. O partido acusa o governo de uso político da PF
visando desgastar a imagem de Rueda.
Celso Sabino assumiu o Ministério do
Turismo em agosto de 2023, no lugar de Daniela Carneiro, e foi uma indicação da
bancada do União Brasil na Câmara dos Deputados. Com a saída do governo, ele
vai retomar seu mandato de deputado federal.
Nas últimas semanas, Sabino tentou
articular junto a lideranças do partido para permanecer na Esplanada dos
Ministérios. Ele também chegou a avaliar uma mudança de partido.
À frente da pasta, o ministro vinha
priorizando a organização da COP30,
que acontece em Belém (PA), no mês de novembro. Sabino, que é político
pelo Pará, tem planos de ser candidato ao Senado em 2026, e tinha o ministério
como um trunfo para se cacifar na disputa eleitoral.
Com a saída, o governo ainda vai avaliar
um novo nome para o Turismo. Dessa vez, a indicação não deve caber a um partido
do centrão, como vinha sendo desde o início do governo.
Rueda coloca sigilos à disposição da PGR
O União Brasil informou que Antônio
Rueda foi ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, colocar seus sigilos
bancário e fiscal à disposição e apresentar comprovantes de que pagou pelos
voos que fez na empresa de táxi aéreo. Além da audiência com o PGR, Rueda
também teria solicitado uma conversa com o diretor-geral da Polícia Federal,
Andrei Rodrigues.
Segundo o partido, Rueda também apresentou, durante reunião da Executiva, os recibos dos valores que desembolsou quando usou a empresa de táxi aéreo e levantamentos em bases de dados públicos, como as do Tribunal Superior Eleitoral, apontando que a firma suspeita prestou serviços a diversas autoridades, inclusive do governo Lula.
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