Durante quase duas décadas, o professor
e ex-pastor evangélico Sergio Viula, 56 anos, defendeu e praticou a chamada
“cura gay” dentro da igreja. Ele acreditava que sua própria homossexualidade
havia sido “transformada” após a conversão ao evangelismo ainda na
adolescência. Casou-se com uma mulher, teve dois filhos e passou a dar
testemunhos sobre sua suposta mudança. As informações são do UOL.
Sergio cresceu em ambiente religioso,
batizado e com primeira comunhão feita, mas desde cedo ouviu que relações entre
homens eram pecado. Aos 15 anos, influenciado por colegas evangélicos no
trabalho, migrou para o meio neopentecostal, onde encontrou um discurso mais
direto do que o da missa católica. A homossexualidade, para a igreja, era algo
a ser abandonado, e ele passou a acreditar que a fé poderia suprir suas
dúvidas.
A virada aconteceu no início dos anos
2000, durante uma viagem de trabalho para Singapura. Lá, Sergio se envolveu com
um homem e voltou com a sensação de que a “bolha” em que vivia havia sido
rompida. Um ano depois, contou o caso à esposa. A crise resultou em separação
temporária, reconciliação e, por fim, na decisão de deixar o casamento e a
igreja.
Ele passou a se declarar publicamente
gay, abandonou o ministério e iniciou um processo de denúncia contra práticas
de conversão sexual. Criou um blog e começou a escrever sobre o tema, alertando
para os riscos da chamada “cura gay”, que considera uma violência contra
pessoas vulneráveis.
“Não sinto culpa porque estava
reproduzindo uma coisa na qual eu acreditei veementemente. Fui uma vítima do
sistema e reproduzi o sistema. Mas, se tem uma coisa que eu posso dizer, é a
seguinte: a cura gay é mentira. E eu fui besta de acreditar e reproduzir”,
afirmou.
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