O Aeroporto
Internacional de Confins (BH Airport), na Região Metropolitana de BeloHorizonte, foi vendido para o grupo mexicano Aeropuerto de Cancún, subsidiária
da empresa Aeroportuario del Sureste (Asur), na noite dessa terça-feira (18).
Além do terminal na Grande BH, outras 16 operações da Motiva (ex-CCR) também
foram vendidas, incluindo o Aeroporto da Pampulha, por um valor de R$ 5
bilhões.
A transação
já era ventilada desde o início do mês, quando a agência de notícias
Reuters informou que as empresas estavam com negociações avançadas. Na ocasião,
a Motiva confirmou que havia conversas com a Asur, e que os mexicanos eram
possíveis compradores da sua operação no Brasil.
A empresa afirmou que a venda está
alinhada com o seu plano estratégico, viabilizando “destravamento de valor e
simplificação do seu portfólio”. “Conferindo maior flexibilidade estratégica
para um crescimento rentável e seletivo nos segmentos de rodovias e trilhos no
Brasil”, disse a Motiva em nota.
O processo de venda dos terminais é uma
mudança de estratégia da Motiva, que agora quer concentrar seus negócios em
concessões de rodovias. A empresa comunicou o início do processo em maio.
“A efetiva implementação da Transação
está sujeita ao cumprimento de condições suspensivas usuais a este tipo de
operação, incluindo aprovações de autoridades governamentais no Brasil (i.e.
Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC) e no exterior, além de autoridades
concorrenciais no exterior”, afirmou a empresa.
Segundo a Reuters, a Asur superou a
oferta da operadora espanhola Aena e da argentina Corporación América Airports
(CAAP), pelos 17 aeroportos operados pela Motiva no Brasil, além dos terminais
internacionais da empresa em Quito, no Equador, San José, na Costa Rica, e
Curaçao. Os mexicanos ainda devem assumir uma dívida de R$ 6,5 bilhões.
Conexão Brasil e México
Em nota, o ministro
de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, disse que a entrada de
uma empresa mexicana no setor vai ampliar as relações comerciais entre os dois
países e fortalecer o turismo de negócios e lazer no Brasil.
“Nós estamos falando da maior transação
aeroportuária em curso no mundo. O investimento de R$ 5 bilhões por uma
operadora internacional no Brasil é uma demonstração de confiança no
crescimento da aviação no país”, acrescentou.
Segundo o ministro, ainda há uma
possibilidade de ampliação dos voos entre os dois países. Pela posição
geográfica estratégica dos dois países, Brasil e México são considerados hubs
aeroportuários com conexão entre os Estados Unidos e os países. “Nós estamos
vivenciando o maior volume de investimentos da história em infraestrutura do
setor aeroportuário”, completou o ministro.
A Asur transportou mais de 71 milhões de
passageiros em 2024, em um total de 16 aeroportos, incluindo a operação em
Cancún e Cozumel, Porto Rico e Colômbia. Já a Motiva transporta uma média de 45
milhões de passageiros por ano, com operação em Curitiba (PR), Goiânia (GO) e
São Luís do Maranhão.
Veja a lista de terminais da Motiva na
América Latina
- Aeroporto
Internacional Afonso Pena (PR)
- Aeroporto
Internacional Juan Santamaria (Costa Rica)
- Aeroporto
Internacional de Belo Horizonte (MG)
- Aeroporto
Internacional de Curaçao
- Aeroporto
Internacional de Goiânia (GO)
- Aeroporto
Internacional de Pelotas (RS)
- Aeroporto
Internacional de Quito (Equador)
- Aeroporto
Internacional de São Luís (MA)
- Aeroporto
Internacional de Uruguaiana (RS)
- Aeroporto
da Pampulha (MG)
- Aeroporto
de Bacacheri (PR)
- Aeroporto
de Bagé (RS)
- Aeroporto
de Foz do Iguaçu (PR)
- Aeroporto
de Imperatriz (MA)
- Aeroporto
de Joinville (SC)
- Aeroporto
de Londrina (PR)
- Aeroporto
de Navegantes (SC)
- Aeroporto
de Palmas (TO)
- Aeroporto
de Petrolina (PE)
- Aeroporto
de Teresina (PI)
Nota completa da Motiva
A Motiva, maior empresa de
infraestrutura de mobilidade do Brasil, anunciou a venda de 100% da sua
plataforma de aeroportos, entre eles o Aeroporto da Pampulha e sua participação
societária no BH Airport, para a Aeropuerto de Cancún, S.A. de C.V., uma subsidiária
do Grupo Aeroportuario del Sureste, S.A.B. de C.V. (ASUR), que opera nove
aeroportos no México e outros sete na América Latina.
Não há nenhum impacto operacional nos
aeroportos, que continuam funcionando normalmente. A Motiva seguirá à frente da
administração do terminal pelos próximos meses, até que a transação seja
formalmente concluída, mantendo o atual quadro de colaboradores, assegurando o
cumprimento dos contratos vigentes e com o compromisso de oferecer a melhor
experiência aos passageiros. A previsão é que a conclusão do processo aconteça
em 2026, após a aprovação pelo poder concedente e pelos órgãos de defesa da
concorrência.
A transação, no valor total de R$ 11,5
bilhões, sendo R$ 5 bilhões em equity pelas participações acionárias da
Companhia nos ativos aeroportuários, e R$ 6,5 bilhões em dívidas líquidas, se
refere à alienação de 100% das ações detidas pela Motiva na CPC Holding,
veículo que consolida as cotas da Companhia nos seus 20 aeroportos.
Sobre a plataforma de Aeroportos
A Motiva Aeroportos, agora integralmente
vendida à ASUR, reúne 20 operações aeroportuárias na América Latina, sendo 17
no Brasil e três em outros países da região, com movimentação anual de 47
milhões de passageiros e mais de 200 rotas regulares.
Nos 12 meses encerrados no terceiro
trimestre de 2025, a Receita Líquida do negócio de Aeroportos da Motiva
totalizou R$ 2,565 bilhões e o EBITDA alcançou R$ 1,301 bilhão, com margem de
51%, além de 524 mil toneladas de carga movimentadas. Esses indicadores
traduzem uma plataforma resiliente, diversificada e eficiente, apta a capturar
crescimento com qualidade de serviços, produtividade e robusto fluxo de caixa.
Estratégia da Motiva
A venda da plataforma de aeroportos
marca mais um avanço na estratégia de simplificação do portfólio com
destravamento de valor, anunciada pela Companhia no seu plano estratégico
Ambição 2035, que prioriza o crescimento rentável, seletivo e sinérgico de seus
negócios e a eficiência operacional superior para a criação de valor
sustentável.
“Ao avançarmos na reciclagem de capital e simplificarmos o nosso portfólio, ampliamos a nossa capacidade de investimento nos segmentos estratégicos para nossa companhia, em especial de rodovias e trilhos. Esta transação, de alta relevância para a execução de nosso Plano Estratégico Ambição 2035, vai destravar valor em nosso portfólio e simplificar nosso modelo de negócio, fortalecendo a nossa posição para liderarmos o futuro da mobilidade no Brasil,” afirmou o CEO da Motiva, Miguel Setas.
Com informações da rede Itatiaia
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