Os líderes do esquema criminoso que
teria desviado R$ 12 milhões em Formosa do Rio Preto, no oeste da Bahia, estão entre os nove presos da Operação USG, deflagrada na manhã
de terça-feira (18). Segundo fonte policial consultada, eles são
Hildjane Leite, José Rocha Mascarenhas e Raimunda Eliane Soares Pedrosa, que se
valiam das posições que ocupavam em cargos públicos para viabilizar todo o
esquema.
Enfermeiro, Hildjane, como é mais
conhecido, foi eleito em 2024 com 627 votos, obtendo 3,53% dos votos. Ele
tinha, justamente, a saúde pública como bandeira de campanha. Nas redes
sociais, após a eleição, o político divulgava ações, projetos e propostas relacionadas
ao tema. Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), declarou não possuir bens antes
de assumir o mandato na Câmara dos Vereadores.
Hildjane concorreu a vereador nas últimas três eleições, sendo eleito e
m 2016, derrotado em 2020 e reconduzido ao
cargo em 2024. Natural de Urandi, mora em Formosa do Rio Preto há mais de vinte
anos. Além da função na Câmara, já foi duas vezes secretário de Saúde do
município.
Já José Rocha Mascarenhas e Raimunda
Eliane Soares Pedrosa, assim como ele, atuaram como secretários da pasta e são
apontados como líderes do esquema que envolvia plantões médicos falsos,
manipulação de exames e contratos de licitação. O profundo conhecimento da
estrutura da secretaria e do sistema municipal de saúde foi fundamental para
que os envolvidos chefiasssem a organização criminosa, que levou a outras seis
prisões.
Como os desvios funcionavam
As investigações revelaram uma estrutura
criminosa voltada para o desvio de verbas da saúde pública. O núcleo central da
organização era formado pelos ex-secretários municipais que, com o auxílio de
familiares e empresários, controlavam contratos de clínicas e laboratórios
credenciados pelo município.
Entre os envolvidos estão médicos
apontados como sócios formais de empresas de fachada e diretores hospitalares
responsáveis por validar procedimentos jamais realizados. Relatórios técnicos
identificaram que clínicas credenciadas estavam entre as utilizadas para
viabilizar o esquema.
O mecanismo de fraude incluía a emissão de exames, plantões e atendimentos fictícios, além de lançamentos completamente incompatíveis com a dinâmica assistencial do município. Uma das irregularidades identificadas foi a quantidade de ultrassonografias, considerada nove vezes superior à média regional.
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