Evadido do sistema penitenciário, Joab
da Conceição Silva, uma das principais lideranças da facção Comando Vermelho
(CV) no Rio de Janeiro (RJ), tem expandido sua atuação criminosa que,
inicialmente, era voltada para o tráfico de drogas.
Contudo, duas ações ocorridas neste ano
mostram que os negócios ilegais do suspeito tem ido além da comercialização de
drogas. Em março deste ano, a polícia apontou Joab como principal responsável pelo ataque e invasão à 60ª delegacia,
localizada na cidade de Duque de Caixas, no RJ. Na época,
comparsas ligados a ele metralharam a unidade policial na tentativa de resgatar
dois traficantes identificados como Rodolfo Manhães Viana, vulgo 'Rato',
e seu braço direito, Wesley de Souza, que tinham sido capturados horas antes
em uma operação.
Um dia após o ataque, a Polícia Civil do
Rio de Janeiro detalhou, por meio de nota enviada à imprensa, a
ocorrência que deixou a delegacia destruída. "Dezenas de narcoterroristas
entraram na delegacia na tentativa de resgatar os comparsas, que já haviam sido
transferidos para a sede da Divisão de Capturas e Polícia Interestadual
(DC-Polinter), na Cidade da Polícia. Houve intensa troca de tiros entre os
policiais e os criminosos. Dois policiais ficaram feridos e foram socorridos
para o Hospital Adão Pereira Nunes. Ambos já receberam alta médica ",
disse.
Já na última quinta-feira (27), a prisão de
um pastor, que se apresentava como líder comunitário e religioso, mas
atuava como intermediador do tráfico, trouxe à tona que Joab também tem atuado
com extorsões de empresas. Segundo a PCRJ, investigações revelaram que o pastor
integra um grupo liderado por Jaob da Conceição.
Ainda de acordo com a instituição, e
empresas instaladas na área industrial da Reduc eram forçadas a pagar valores
mensais ao tráfico, sob ameaça de incêndio de caminhões, agressões a
funcionários, interrupção violenta das atividades produtivas e impedimento de
acesso às instalações industriais.
"O pastor comparecia pessoalmente
às empresas apresentando-se como representante comunitário, mas impondo regras
ditadas por Joab. Ele citava proibição de permanência de caminhões nos pátios,
imposição de contratação de moradores específicos, ligados aos traficantes, e
oferta de mediação para evitar represálias. Segundo os agentes, isso era uma
fachada para a prática de extorsão", revelou a polícia.
Joab também é apontado como responsável por liderar disputas de territórios entre facções rivais na região de Duque de Caxias. Joab é considerado foragido desde outubro de 2019, quando obteve o benefício da saidinha e não retornou à unidade prisional. Dentre os delitos que integram seu histórico criminal estão roubo de carga e receptação, associação para o tráfico, porte ilegal de arma e outros.



