As articulações políticas em torno da pré-candidatura de ACM Neto (União Brasil) ao governo da Bahia seguem ganhando força. Após a adesão dos deputados estaduais Nelson Leal (PP) e Cafu Barreto (PSD), o grupo liderado pelo ex-prefeito de Salvador agora concentra esforços em atrair o deputado federal Ricardo Maia (MDB) para compor a chapa como vice.
Conforme apurou o jornalista Carlino Souza,
já foram iniciadas conversas com o parlamentar, que tem forte presença política
nas regiões do Semiárido e do Sisal. Ricardo foi prefeito de Ribeira do Pombal entre 2013 e 2021 e conseguiu eleger seu sucessor, Eriksson Silva(MDB) com expressivas votações. Além
disso, seu filho, Ricardo Maia Filho (MDB), atualmente comanda a prefeitura de
Tucano, o que amplia sua influência regional.
Tucano tem cerca de 34.771 eleitores e
Ribeira do Pombal possui aproximadamente 36.970 eleitores, segundo dados das
eleições de 2024. Ricardo
Ricardo Maia (MDB) foi eleito deputado
federal pela Bahia em 2022 com 136.834 votos.
Esse resultado garantiu a ele uma das 39
vagas da bancada baiana na Câmara dos Deputados. Foi sua primeira eleição para
o cargo federal, e ele se destacou como o candidato mais votado do MDB no
estado, ficando em 13º lugar no ranking geral de votos entre os eleitos.
Essas áreas são consideradas cruciais
para a estratégia de Neto, que busca reduzir a diferença de votos nos pequenos
municípios — um dos fatores que contribuíram para sua derrota em 2022 contra
Jerônimo Rodrigues (PT). Ricardo Maia é visto como um nome estratégico por sua
atuação municipalista e pela expressiva votação que obteve em sua estreia na
Câmara dos Deputados, com mais de 136 mil votos.
Fontes próximas à oposição indicam que
um anúncio de rompimento com o governo estadual pode ocorrer até o fim deste
Ano. A equipe de campanha de Neto também planeja divulgar a adesão de outros
três parlamentares atualmente insatisfeitos com a base governista, o que
reforçaria sua presença em regiões-chave do estado.
Nelson Leal, coordenador da campanha de
ACM Neto, afirmou em coletiva que o objetivo é garantir palanques em todos os
417 municípios baianos até o fim do ano. Ele destacou que a campanha de 2026
será "completamente diferente" da anterior, com uma estrutura mais capilarizada
e presença consolidada em todo o estado.
Paralelamente, as tratativas com Maia
ocorrem em meio a um momento delicado para o MDB na base aliada do governo. Micrômetro
recente declaração do ex-ministro Geddel Vieira Lima, apontando ACM Neto como
um candidato altamente competitivo para 2026, gerou desconforto e levou a uma
reunião com o secretário de Relações Institucionais, Adolpho Loyola, para
Tentar conter uma crise. Há rumores de que o atual vice-governador, Geraldo
Júnior (MDB), pode ser retirado da chapa majoritária, o que aumentaria ainda
mais a tensão interna no partido. A reportagem procurou o vice-governador do Estado, que não se manifestou até o encerramento desta matéria.
Relações estremecidas
A relação entre o deputado federal Ricardo Maia (MDB) e integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT) na Bahia tem sido marcada por tensões. Em 2024, o parlamentar protagonizou um episódio polêmico ao acusar publicamente a deputada estadual Fátima Nunes (PT) de integrar o que chamou de “uma quadrilha de bandidos” no município de Cícero Dantas — base eleitoral da petista —, sugerindo que haveria uma tentativa de domínio político da cidade.
Ainda naquele ano, a postura de Maia gerou reações dentro do PT. Dirigentes estaduais do partido criticaram duramente sua atuação, classificando-a como uma interferência indevida. Em nota oficial, o partido repudiou o fato de o deputado estar articulando candidaturas de oposição em municípios governados por prefeitos petistas, como Banzaê e Ribeira do Amparo. Um dos líderes chegou a afirmar que Maia “entrou de gaiato” nas disputas locais, acirrando ainda mais os ânimos entre as legendas.
Da redação, com informações de Carlino Souza..avif)



