A Bahia confirmou, em 2024, cinco casos de botulismo, uma grave intoxicação decorrente da alimentação. Segundo o Ministério da Saúde e a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), duas pessoas morreram com a doença. Segundo a Sesab, neste ano, foram notificados seis casos de botulismo, quatro a mais que em 2023. Uma delas segue em investigação. Quatro confirmações ocorreram de forma clínico-epidemiológica e uma laboratorial.
Quatro pacientes que tiveram botulismo confirmado moram em Campo Formoso e um de Senhor do Bonfim, ambos no norte do estado. O caso em investigação é de uma pessoa residente em Cícero Dantas, cidade a cerca de 300 km de Salvador.
Entre as seis notificações, três são relacionadas a pacientes que foram internados no Instituto Couto Maia, em Salvador. Um deles já recebeu alta hospitalar e dois morreram, sendo um em Campo Formoso e o outro na capital baiana.
Uma investigação epidemiológica constatou que quatro dos cinco pacientes com diagnóstico de botulismo confirmado ingeriram mortadela de frango no dia anterior ao início dos sintomas.
O que é botulismo?
O botulismo é uma doença grave, com alta letalidade, rara e não contagiosa. Ela é causada pela ação de uma forte toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum.
Essa toxina pode entrar no organismo humano por meio de ferimentos ou pela ingestão de alimentos contaminados. Mesmo pequenas quantidades podem causar intoxicação grave rapidamente.
A toxina botulínica relacionada ao controle motor e, por essa razão, pode levar a diversas complicações. Ela pode levar a infecções respiratórias, que, no geral, é a forma mais comum de morte causada por botulismo. Outras complicações podem incluir:
- Dificuldade para falar
- Dificuldade para engolir
- Fraqueza de longa duração
- Fadiga
- Pneumonia por aspiração e infecção
- Problemas no sistema nervoso em geral
Todas as formas de botulismo podem matar, se não forem tratadas especificamente e são consideradas emergências médicas e de saúde pública. No Brasil, a maioria dos casos notificados é diretamente relacionada à contaminação alimentar.
Como prevenir?
A melhor prevenção está nos cuidados com o preparo, consumo, distribuição, comercialização de alimentos e, claro, na higiene dos alimentos e das mãos. Confira recomendações dos órgãos de saúde:
- Lavagem e desinfecção de superfícies, móveis e equipamentos usados na preparação de alimentos;
- Tratamento da água para consumo (filtrar, ferver ou colocar duas gotas de solução de hipoclorito de sódio a 2,5% para cada litro de água, aguardar por 30 minutos antes de usar);
- Evitar a ingestão de alimentos conservados que contenham latas estufadas ou amassadas, vidros embaçados, embalagens danificadas ou com alterações sem cheiro e aparência;
- Evitar produtos de origem desconhecida ou clandestina;
- Lavar sempre as mãos;
- Orientar como conservar o alimento na geladeira, não deixá-lo à temperatura ambiente e sempre reaquecer os restos de alimentos;
- Ferva o alimento por pelo menos 10 minutos para a inativação da toxina.